O Kit de Construção de Línguas

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Este conjunto de páginas web (o que é um conjunto de páginas web? Um capítulo web?) é dirigido a qualquer um que queira criar línguas artificiais-- para um mundo extraterrestre ou de fantasia, como um hobby, como uma interlíngua. Aqui se apresentam, lingüisticamente, métodos sonoros para criar línguas naturais-- que podem ser revertidos para criar línguas não-naturais. Também se sugerem leituras para os que queiram saber mais, e atalhos para os que querem saber menos.
--Mark Rosenfelder

Tradutor no português: Gustavo Pereira

Acima está um exemplo de uma língua artificial minha, o Verduriano. Se você está curioso, isso se lê  "Dhitelán mu cum pén veadhen er mësan so Sannam", querendo dizer "Vai adiante e em paz ao amor, e serve ao Senhor." O dh acentuado soa como th no inglês then; as vogais devem ser pronunciadas mais ou menos como em português.

Que tal uma seqüência de páginas web? Não soa melhor?
Chico: OK, você é o Sueco das Páginas Web, e eu vou ser o Mexicano da Usenet.


Antes de escrever essa pequena inscrição eu tive de:

Você pode ter duas reações em face disso:

  1. "Legal! Eu quero fazer isso"
  2. "Que babaca você deve ser. Vá fazer algo de útil!"

A ordem dos passos acima é significante. Trabalhar de trás para a frente (por exemplo, criar um texto e depois elaborar uma gramática que se encaixe) levará a um trabalho inconsistente, se não incoerente. Um mau exemplo é o Syldaviano de Hergé; como ele basicamente o fez em pedaços, conforme era preciso, é impossível criar uma fonologia ou morfologia consistentes para a língua, baseando-se nas raspas conseguidas nos livros do Tintim. (Mas isso não me impediu de arriscar a melhor tentativa de uma gramática Syldaviana.)


O resto do documento está organizado como um esquema. Clique nos tópicos em que você estiver interessado (ou escolha o primeiro e leia em seqüência).

Se você procura um download rápido, este esquema simplório se reduz a apenas dois arquivos, este e este.
 

Modelos

Línguas naturais e não-naturais

Modelos não-ocidentais (ou, ao menos, não-portugueses)

Sons

Tipos de consoantes

Inventando consoantes

Vogais

Acento tônico

Tom

Restrições fonológicas

Bocas alienígenas

Alfabetos

Ortografia

Um exemplo

Diacríticos

Sistemas de escrita mais fantasiosos

Construção de palavras

Quantas palavras são necessárias?

Línguas estranhas ou a priori

Alguns empréstimos um pouco perceptíveis

Línguas baseadas em línguas existentes

Simbolismo sonoro

Algumas dicas para não reinventar o vocabulário português

Gramática

A sua língua flexiona, aglutina ou isola?

Ela possui substantivos, verbos e adjetivos?

Como se indica plural, caso e gênero dos adjetivos e substantivos?

Os substantivos possuem gênero?

O verbo se flexiona em pessoa, gênero e/ou número?

Que distinções são feitas no verbo?

Quais são os pronomes pessoais?

Quais são os outros pronomes?

Quais são os números?

Como são os adjetivos?

Há artigos (um, uma, uns, umas/o, a, os, as)?

Em que ordem os vários componentes de uma expressão nominal aparecem?

Em que ordem os vários componentes de uma frase aparecem?

Como se forma uma oração adjetiva (o homem que...)?

Como se formam perguntas de sim e não?

Como se formam outras perguntas?

Como se nega uma frase?

Como são as conjunções?

Estilo

Polidez

Poesia

Famílias lingüísticas

Como se fazem?

Dialetos


Para onde vou a partir daqui?

Eu recebo muitos e-mails dizendo "Ok, mas como exatamente eu faço isso?" Eu os aconselho a ler o Kit de novo, e a trabalhar na língua conforme a seqüência, seção por seção, ou seja, criar uma fonologia, estabelecer restrições fonológicas, trabalhar nos substantivos, verbos, etc., terminando com orações complexas. Não tenha medo de voltar e revisar. Não procure atalhos; se você não gostar do processo de criar uma língua, este pode não ser o hobby para você.

Tudo o que você poderia querer saber sobre o Verduriano está na web; a informação sobre línguas é apenas parte dessa enciclopédia de vida almeana, Verdúria Virtual. Você pode encontrar outra das minhas línguas inventadas, o Wede:i, mais digestível. Eu acho que o Kebreni é a minha favorita, entretanto.

Jeffrey Henning escreve e posta mensagens regularmente sobre o processo de criação de línguas modelo, e revê um bom número de projetos. Confira.

Rick Harrison tem uma página elegante com uma conlang respeitável, o Vorlin, e uma renúncia aos IALs que IALadores vão dispensar, por sua própria conta e risco. Os esperantistas não vão gostar da crítica do Esperanto por Justin Rye, mas para outros ela contém muito para pensar enquanto se constrói uma língua.

Richard Kennaway tem muitos links para descrições de conlangs e recursos para criá-las, e é anotado (algo que poucos  linkmeisters perturbam para fazer).

Se você lê francês, veja a página de revisão de conlangs de Christophe Grandsire: boas descrições de umas poucas conlangs.

Pablo Flores tem algumas línguas Tolkienescas, mais o seu próprio guia para criação de línguas (baseado neste).

Se você está pensando em gerar vocabulário eletronicamente, confira o que Chris Pound fez.

O mestre desse vício secreto é J.R.R. Tolkien, cuja coleção de conlangs está muito bem anotada aqui. Não deixe de ver a Harvard Lampoon parody.

Veja um conjunto de alfabetos construídos (incluindo o Verduriano), e seja contemplado com um suporte Unicode para eles, no Registro de Unicode ConScript..

Grupos de notícias: tente alt.languages.artificial. Há várias listas de mensagens, como Conlang, Auxlang, Tolklang e k.d. lang; aqui há instruções sobre como inscrever-se.

Se você está interessado em construir mundos inteiros, você pode gostar da imensa lista de mundos construídos de Juuha Vesanto, ou do guia de criação de mundos de Geoff Eddy, or da lista de questões para criadores de mundos de Patricia Wrede. Eu também recomendo E se a lua não existisse? de Neil Comins-- excelente para criar sistemas solares realistas. (Muito melhor que apenas adivinhar o que acontece se você fizer o seu planeta com a metade do tamalho da Terra, ou orbitá-lo em volta de Arcturus).


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